terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Album da semana: Pixies - Doolittle (1989)


Origem: EUA
Produtor: 4 AD (Gil Norton)
Formação Principal no Disco: Black Francis – Kim Deal – David Lovering – Joey Santiago
Estilo: Rock Alternativo
Destaque: Hey.

Hey! você ainda não escutou esse disco? caso a reposta seja "não", não fique mais tempo sem conhecer esse album obrigatório do rock alternativo...

Faixas
1. "Debaser" – 2:52
2. "Tame" – 1:55
3. "Wave of Mutilation" – 2:04
4. "I Bleed" – 2:34
5. "Here Comes Your Man" – 3:21
6. "Dead" – 2:21
7. "Monkey Gone to Heaven" – 2:56
8. "Mr. Grieves" – 2:05
9. "Crackity Jones" – 1:24
10. "La La Love You" – 2:43
11. "No. 13 Baby" – 3:51
12. "There Goes My Gun" – 1:49
13. "Hey" – 3:31
14. "Silver" – 2:25
15. "Gouge Away" – 2:45

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dr. Fantástico

Dr. Fantástico (Dr. Strangelove, 1964, Reino Unido). Direção: Stanley Kubrick. 93 minutos.

“Gentlemen, you can't fight in here! This is the War Room.”

O que esperar quando um dos melhores diretores de cinema de todos os tempos se junta a um dos atores de comédia mais talentosos de sua época para fazer uma sátira sobre a estupidez da guerra? Neste caso, nada menos do que uma das comédias mais inteligentes já feitas, uma obra-prima do gênero. Vá correndo assistir esse filme Fantástico (trocadilho inevitável).

sábado, 24 de outubro de 2009

Deus e o Diabo na Terra do Sol

Deus e o Diabo na Terra do Sol
(Deus e o Diabo na Terra do Sol, 1964, Brasil). Direção: Glauber Rocha. 115 minutos.

Para muitos, o melhor filme brasileiro de todos os tempos. Para outros tantos, um enfado superestimado. Muito já se foi falado sobre o filme e seu diretor, tanto pelos adoradores quando pelos detratores, mas em uma coisa todos eram obrigados a concordar: É o filme mais importante e representativo do Cinema Novo, vanguarda cinematográfica liderada por Glauber Rocha que reunia jovens cineastas idealistas, que, inspirados pela estética do Neo-Realismo Italiano e a coragem da Nouvelle Vague Francesa, ansiavam por um cinema que resgatasse a verdadeira identidade nacional, jogando nas telas toda a pobreza e desigualdade do país, sem medo de causar polêmica.

É difícil de acreditar, mas com apenas 70 mil (!) Glauber realizou essa obra que redefinira todo o cinema nacional da época.

O filme inicia com Manoel (Geraldo Del Rey) e Rosa (Yoná Magalhães), mais um dos milhares de casais de trabalhadores nordestinos que sofrem com a pobreza, fome e miséria do sertão. No entanto, Manoel ainda tem a esperança de obter lucro com uma partilha de gado com seu patrão, o Coronel Morais (Milton Roda), e com o dinheiro comprar um pedaço de terra onde ele e sua mulher teriam uma vida melhor. Acontece que no trajeto ate a cidade, alguns dos animais morrem fazendo com que o coronel se recuse a dar qualquer coisa ao vaqueiro, alegando que o gado que morreu era dele, ao passo que o que chegou vivo era seu. Isso gera uma discussão que acaba sendo a gota d’água para Manoel, que possuído pela cólera mata o coronel. Essa situação da inicio a saga do pobre casal que se vê obrigado a fugir sertão adentro em uma jornada incerta pela busca de salvação e mudança.

Nessa jornada eles iram se deparar com um pretenso santo (Lídio Silva) e seus seguidores, que por sua vez teram um derradeiro encontro com Antonio das Mortes matador de cangaceiro, logo em seguida, após determinados acontecimentos, o casal será guiado por um cego poeta até o cangaceiro Corisco (Othon Bastos, em atuação “matadora”) o último dos cangaceiros, sobrevivente da emboscada que matou Lampião e seu bando. Nessa jornada eles descobriam na realidade quem é Deus e quem é o Diabo na terra do sol.

Glauber Rocha, com apenas 23 anos nos entregou esse registro histórico sobre a miséria, religiosidade, fanatismo, violência e a eterna busca por justiça e salvação que caracteriza não apenas os personagens de seu filme, mas também grande parte do povo brasileiro oprimido pelas adversidades da vida.

São temas tão velhos quanto a terra (com perdão do trocadilho), mas que quando olhados pela ótica de um artista do calibre de Glauber, se mostram sempre atuais e impactantes.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Magnólia

Magnólia(Magnolia, 1999, EUA). Direção: Paul Thomas Anderson. 188 minutos.
1999 foi um ano abençoado para a sétima arte, parece até que os diretores de cinema entraram na onda que o mundo iria acabar no inicio do próximo século e resolveram fazer suas obras-primas antes da virada. Veja só alguns interessantes filhotes desse ano maravilhoso: Clube da Luta, Sexto Sentido, Matrix, Bruxa de Blair, Beleza Americana, O informante... E é claro, aquele que é tema desta crítica, o fabuloso MÁGNOLIA.

Vindo de um projeto totalmente anti-hollywood (o também fantástico Boogie Nights, talvez o melhor filme a explorar os bastidores dos filmes pornôs) que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original alem de bastante prestigio, Paul Thomas Anderson, tinha uma responsabilidade muito grande para com esse novo projeto: Agradar aos fãs que já tinha conquistado e se firmar de uma vez como um diretor de verdade e não apenas uma revelação com sorte de principiante.

E se tem uma coisa que Anderson não precisava era sorte.

Não me pergunte como, mas o homem conseguiu reunir, neste que era apenas seu terceiro longa metragem, uma dezena de atores tão prestigiados e talentosos que qualquer pessoa que batesse os olhos no elenco se perguntaria: Todos esses atores estão no mesmo no filme? Esse diretor vendeu a alma pro diabo pra juntar essa galera? Bem, eu tenho uma teoria:

Eles leram o roteiro.

Não tem como não ficar no mínimo interessado ao ter contato com a magnífica história de Magnólia. O filme acompanha 24 horas na vida de uma dezena de personagens, cada um com uma história, um passado, seus próprios fantasmas para enfrentar. Pessoas de carne e osso, como eu e você, que inicialmente parecem ter como única coisa em comum morar em um bairro cortado por uma rua chamada Magnólia. Mas à medida que o filme vai progredindo, suas histórias começam a se interligar e formar um gigantesco mosaico onde nada é por acaso.

A galeria de personagens do filme apresenta um garoto prodígio, Stanley Spector (Jeremy Blackman), seu pai (Michael Bowen) com quem tem uma difícil relação, o apresentador do programa que Stanley participa, Jimmy Gator (Philip Baker Hall), o produtor do programa que está à beira da morte, Earl Partridge (Jason Robards), a esposa de Earl (Julianne Moore) que casou por dinheiro e agora está descobrindo que ama o marido, o enfermeiro de Earl, Phil Parma (Philip Seymour Hoffman), Frank T.J. Mackey (Tom Cruise), que cresceu odiando Earl e agora dá seminários para solteiros. Como se as coincidências não tivessem um fim, Jimmy Gator tem uma filha com quem não fala há anos, Claudia Wilson Gator (Melora Waters). Claudia é viciada em cocaína e nesse dia receberá uma visita do policial Jim Kurring (John C. Reilly) segundo acusações de som alto em seu apartamento, onde os dois acabam se apaixonando. Enquanto isso, Donnie Smith (Wlliam H. Macy), que em 1968 bateu o recorde do mesmo programa que Stanley participa, mas hoje vive depressivo acreditando que a cura para seus problemas é uma cirurgia nos dentes e que isso lhe permitiria conquistar um jovem Barman.

Uffa! E olha que isso é apenas a sinopse.

Provavelmente já deu pra você ter uma idéia da grandiosidade e também da complexidade do filme, que consegue explorar esses e vários outros temas relacionados, sempre com profundidade, dando espaço para que todas as personagens e situações sejam bem desenvolvidas, isso sem tornar o filme enfadonho. São 3 horas, mas 3 horas que passam num piscar de olhos, e não se assuste se logo após o termino do filme você sentir vontade de assisti-lo novamente pra tentar captar melhor algum detalhe ou nuance que possa ter passado despercebido numa primeira visualização.

Magnólia, assim como as grandes obras, é um filme que cresce a partir de um segundo ou terceiro contato.

Temos que tirar o chapéu para Paul Thomas Anderson, não bastasse o sujeito ter elaborado um historia de originalidade impar, ele ainda nos entrega uma da direções mais inspiradas da historia do cinema. Muitos diretores se perderiam no meio de uma história tão grande e cheia de detalhes como essa, mas Anderson consegue torná-la ainda mais prazerosa tanto aos olhos (a parte técnica é invejável, são tantas cenas fantásticas que é uma tarefa impossível enumerá-las) quanto para o coração (a incrível direção de atores, parece que todos eles estavam especialmente inspirados, muitos deles, como Tom Cruise que fez a melhor atuação de sua carreira nesse filme, entregam atuações de cair queixo) some tudo isso com uma das trilha sonoras mais bem escolhidas dos últimos tempos (muitos afirmam que desde Stanley Kubrick, nenhum diretor soube trabalhar tão bem a musica em seus filmes quanto P.T.Anderson) e pronto, o resultado foi uma obra prima.

Não poderia deixar de comentar também o começo do filme(na minha opinião, uma das mais fantásticas e originais formas de iniciar um filme, alem de ser o meu começo favorito), é capaz de parafusar qualquer um na poltrona tamanha sua originalidade. Neste, um prólogo filmado como se fosse um falso documentário, somos apresentados a 3 inacreditáveis coincidências, uma mais estranha que a outra, sendo que a ultima delas, da vontade de pausar o filme e começar a bater palmas!

A função desse começo é muito importante, pois ele nos informa que supostas “coincidências” acontecem o tempo todo bem debaixo do nosso nariz sem que agente perceba, é como se logo naquele comecinho Anderson já nos contagiasse com o clima que perduraria durante todo o filme, alem é claro,de tentar nos preparar pro que viria a acontecer no famoso e polêmico final.

"But it did happen"

Êxodo 8:2.

domingo, 11 de outubro de 2009

Eraserhead

Eraserhead (Eraserhead, 1977, EUA). Direção: David Lynch. 89 minutos.
Eraserhead é o primeiro filme do cineasta outrora maldito e hoje cult David Lynch, e mesmo sem ter assistido todos os filmes do diretor, acredito que seja o melhor dele. O motivo? O filme (que tinha como fã assumido ninguém menos que Stanley Kubrick) é o máximo de bizarrice, surrealismo, escatologia e humor negro, que Lynch alcançou. (isso porque não vale contar o delírio de 3 horas de duração que é Inland Empire) Toda essa força vem, principalmente, do fato de que tudo aquilo que assistimos muito tinha haver com o momento que o próprio Lynch vivenciava: Sua vida estava se transformando em um tormento, onde se viu perdendo o controle, engravidando sua namorada e se vendo obrigado a casar com ela. Isso para um diretor em começo de carreira cheio de sonhos (e que sonhos, diga-se de passagem) acabou se transmutando em um pesadelo claustrofóbico. E pra piorar, sua filha (Jennifer Lynch, que viria a se transformar futuramente em uma diretora de cinema tão estranha quanto o pai) nasceu com algumas deformações nas mãos.

Mas sábio é o artista que sabe usar sua dor como matéria prima para sua arte. E foi exatamente o que Lynch fez, dê só uma olhada na sinopse de Eraserhead:

Henry Spencer (Jack Nance) é um reservado operário de uma fábrica que se vê obrigado a casar com Mary X, uma antiga namorada que se diz grávida dele. O bebê nasce uma aberração, que faz com que Mary abandone Henry para que ele cuide da “criatura” sozinho.

Não é preciso nem dizer que qualquer semelhança (apesar dos exageros surrealistas) não é mera coincidência, e que Henry assume explicitamente o posto de alter ego do diretor. Bem, vamos ao filme: Eraserhead tem um dos começos mais estranhos e ao mesmo tempo originais da historia do cinema, neste, logo de cara somos bombardeados com uma série de imagens estranhíssimas que parecem ter saído de outro planeta. A imagem da cabeça de Henry é sobreposta sob a imagem de uma espécie de meteoro, logo a câmera começa a se aproximar desse estranho meteoro e passear por sua superfície escura. Lá dentro um homem, com a pele cheia de escoriações e queimaduras observa uma janela. Volta para imagem da cabeça de Henry, que agora esta com a boca aberta e de onde sai uma espécie de espermatozóide gigante e deformado que fica flutuando sob sua cabeça (!). Paralelamente vemos mais uma vez o homem de pele escoriada puxar algumas alavancas que fazem com que o esperma mutante que saiu da boca do protagonista ganhe propulsão e viaje até acertar em cheio uma poça com um liquido imundo que se encontra na superfície do meteoro.

Der repente todas aquelas imagens, antes aparentemente desconexas, parecem ter um absurdo sentido. Não restam duvidas, acabamos de ver a representação de um ovulo sendo fecundado.

Depois disso o filme parece dar uma trégua para que respiremos um pouco, somos apresentados a Henry e sua pequena e desanimada vida. Cenas cotidianas onde o protagonista caminha cabisbaixo pelas ruas de um bairro industrial aparentemente abandonado (filmadas com um extremo bom gosto, diga-se de passagem) nos revelam muito sobre o personagem sem dizer nenhuma palavra, só pelas expressões faciais e o jeito de andar de Henry, já podemos imaginar muito sobre aquele homem que parece ser tão deprimido. E isso é um aspecto importante do filme: sustentado mais pela força das imagens do que das palavras, são raros os diálogos (com exceção da cena do jantar onde acontecem os melhores e também os mais bizarros) e quando eles aparecem são tão estranhos, que chegam a ser engraçados.
Chegando a seu apartamento, Henry recebe uma mensagem que lhe informa que ele foi convidado para um Jantar na casa de uma moça chamada Mary. Seu desespero ao saber disso é visível, é como se ele previsse a mudança que aquele jantar anunciaria em sua vida.

O jantar na casa de Mary é a cena mais engraçada do filme, é como se fosse um alivio cômico para que o espectador encontra-se energias para agüentar todo o pesadelo Kafkiano que ainda estava por vir. Nesse jantar ele é apresentado à mãe da garota que inicialmente o recebe com certa frieza (aquele tipo de situação constrangedora onde o visitante é encarado com um olhar de “então é você que está comendo minha filhinha né? seu rato imundo”). Um tímido dialogo de apresentações se segue, mas Henry parece prestar mais atenção na cadela amamentando dezenas de filhotes no canto da sala do que no interrogatório da sogra. Não demora para que o pai da moça adentre no recinto, e o homem é um ser ímpar, totalmente avesso a figura clichê de sogrão nervoso e intimidador, o pai de Mary é um velhinho totalmente perturbado pelos anos de trabalho como encanador e tenta a todo momento passar a imagem de uma família americana perfeita e feliz para Henry, mesmo que ambos saibam que ela esta desmoronando. Tem também a figura dá avó múmia, uma velha que parece que morreu e esqueceram de enterrar, ela fica no canto da cozinha como se fosse um objeto inanimado e só abre a boca para que alguém coloque um cigarro e acenda pra ela.

Como não se encantar por uma família assim? O jantar não é menos bizarro que os membros da família, não vou falar mais pra não estragar a surpresa de quem não viu, mas com certeza é top 5 dos jantares mais engraçados e estranhos da historia do cinema. Após a bizarra cena, Henry é chamado pela sogra em um canto.

- Você e Mary tiveram relações sexuais? Hein? Tiveram?
- Desculpe.
- Você estará muito encrencado se não cooperar rapazinho.

E então a velha começa a literalmente “chegar junto” no rapaz! Com direito a lambida no pescoço e tudo! Até que a filha chega chorando e repreende a mãe, esta no maior cinismo do mundo como se nada tivesse acontecido, se separa e diz “anda responda a minha pergunta”. Ele diz que sim e ela lhe informa que existe um bebê e que ele é o pai.

“AINDA É INCERTO SE É UM BEBÊ” diz a filha chorando.

O que vem daí pra frente não deve ser comentado; nenhuma palavra seria capaz de fazer juz às incriveis imagens que representam o pesadelo surreal que nosso protagonista mergulha. O que afirmo é que, apartir daí, o que veio fez historia, e, mais do que imagens — é uma experiência da qual ninguém sairá ileso.

O choro daquele “bebê” ecoa até hoje na minha cabeça.

sábado, 10 de outubro de 2009

El Topo

El Topo (El Topo, 1970, México). Direção: Alexandro Jodorowsky. 125 minutos.
Em meio a um deserto escaldante assistimos um homem todo trajado de preto( o próprio Jodorowsky) se aproximar aos poucos de um relógio solar. Tem como únicos companheiros o seu cavalo, também preto, e seu filho (Brontis Jodorowsky também filho do diretor), uma criança totalmente nua que ele carrega em sua garupa. Ao se deparar com o relógio, ele para, atrela seu cavalo e entrega ao seu filho um pequeno urso de brinquedo e o retrato de uma mulher. “Hoje completa sete anos. É um homem agora. Enterre seu primeiro brinquedo e o retrato de sua mãe” Diz o homem ao garoto, e ele o obedece, enquanto ele enterra os objetos o homem toca uma bela melodia em sua flauta. Vemos os dois se afastarem lentamente em seu cavalo.

O homem se chama El Topo (a toupeira).

“A toupeira é um animal que cava túneis no subsolo, a procura do sol, ele às vezes sobe à superfície. Quando vê o sol, fica cego.”

Dessa maneira Alexandro Jodorowsky inicia essa obra prima que podemos chamar de um western spaghetti surrealista. E esse filme era algo inconcebível para época: imagine em plenos anos 70 alguém fazer um filme onde havia sexo real, violência extrema (sem nunca soar gratuita), reflexões filosóficas, lesbianismo, criticas a diversas religiões extremistas, e vários personagens com deformações físicas (que eram aleijados de verdade) tem até uma cena de sexo com uma anã (!). Resultado: o filme foi banido de seu país de origem. A sorte foi q ele passou em um festival de Nova York, onde foi visto por John Lennon, que convenceu seu empresário a comprar os direitos do filme e exibi-lo nos EUA, mas pelo seu conteúdo “diferente” ele só conseguiu fazer com que o exibissem nas sessões de meia noite.

Nascia ai a cultura dos “midnight movies” (filmes controversos que só eram passados uma vez por dia, à meia-noite, e que com a divulgação do “boca a boca” muitas vezes acabavam se tornando verdadeiros filmes de culto). Pra você ter uma idéia da importância disso, diretores como David Lynch e John Waters talvez nunca tivessem conseguido exibir seus filmes se não fosse pelo ponta pé inicial dado por Jodorowsky.

Sobre o filme, não tem palavras que expliquem o que se sente após a sessão, Jodorowsky chegou a afirmar uma vez "Se você é profundo, 'El Topo' é profundo; se você é superficial, 'El Topo' é superficial". Ou seja, como toda obra surrealista, é um experiência muito subjetiva e particular, sendo impossível prever como cada individuo poderá reagir a ela...